Chester e Fiesta: entenda a seleção genética que cria frangos gigantes para o Natal
Como é feita a produção do Chester e do Fiesta para o Natal

Para muitas famílias brasileiras, o peru tradicional pode sair do cardápio da ceia de Natal em favor de opções mais acessíveis, como o Chester e o Fiesta. Mas o que explica o tamanho avantajado desses frangos em comparação com os vendidos durante o ano todo? A resposta está em um minucioso trabalho de seleção genética realizado pelas marcas Perdigão e Seara, respectivamente.

O segredo está na genética e no abate

Diferente dos frangos comuns, os destinados às festas de fim de ano não são utilizados para reprodução. Eles são criados exclusivamente para o abate. Por essa razão, os produtores precisam reiniciar anualmente todo o processo de linhagem genética para obter as aves com as características desejadas.

Outro detalhe curioso é que, ao contrário do que ocorre com os perus – onde a fêmea (a perua) é a estrela da mesa –, apenas os machos se tornam um Chester ou um Fiesta. A explicação é simples: os machos crescem mais. As fêmeas dessas linhagens especiais são comercializadas como produtos para o consumo no dia a dia.

O longo caminho até o frango gigante

Para chegar ao tamanho impressionante, os produtores investem cerca de um ano organizando a reprodução entre linhagens específicas. O pesquisador Elsio Figueiredo, da Embrapa Suínos e Aves, detalha que o processo é complexo e começa muito antes do abate.

O Chester, por exemplo, é famoso por seu peito grande. A seleção para obter esse atributo começa na geração dos bisavós das aves. No total, quatro variedades genéticas diferentes são escolhidas para a reprodução, cada uma identificada por uma letra: A, B, C e D.

Cada uma dessas linhagens traz uma característica de interesse para os produtores:

  • Peito maior e mais desenvolvido.
  • Melhor rendimento de peso em relação à quantidade de ração consumida.
  • Maior capacidade de postura de ovos.
  • Outras qualidades zootécnicas.

A geração final: o ABCD da ceia

Com base nessa seleção inicial, as linhagens puras (A, B, C e D) são cruzadas entre si de forma estratégica ao longo das gerações. O resultado final desse cuidadoso trabalho de melhoramento genético é a geração chamada de ABCD. São esses frangos, produto do cruzamento das quatro linhagens, que chegam às gôndolas dos supermercados e, por fim, à mesa das famílias brasileiras na noite de Natal.

Portanto, o Chester ou o Fiesta que você compra não é um frango comum que simplesmente comeu mais. Ele é o resultado de um ano de planejamento genético, onde características como tamanho, rendimento de carne e eficiência alimentar são meticulosamente selecionadas para oferecer uma opção saborosa e econômica para a celebração mais aguardada do ano.