10 momentos em que moda e política se cruzaram em 2025: de Michelle Obama a Havaianas
Moda e política: 10 momentos de impacto em 2025

O ano de 2025 foi marcado por turbulência política, mas também por momentos em que o universo fashion se tornou um poderoso instrumento de discurso e influência. Longe de serem meras escolhas estéticas, roupas, acessórios e até penteados foram usados para enviar mensagens, provocar debates e até gerenciar imagens públicas em meio a polarizações. Confira os dez episódios mais emblemáticos dessa colisão entre moda e política.

Manifestos de estilo e diplomacia visual

Figuras públicas transformaram seus guarda-roupas em verdadeiras plataformas de comunicação. Michelle Obama consolidou seu legado com o lançamento do livro "The Look" em novembro. Mais do que um álbum de fotos, a obra se apresenta como um manifesto sobre identidade, poder e representação, detalhando a intencionalidade por trás de cada look usado dentro e fora da Casa Branca.

Do outro lado do Atlântico, Kate Middleton deu uma aula de diplomacia visual. Ao receber o presidente francês Emmanuel Macron, a Princesa de Gales optou por marcas francesas – Dior e Givenchy – em um gesto de cortesia internacional. No entanto, o vestido de gala da Givenchy foi assinado pela designer britânica Sarah Burton, enviando uma sutil mensagem de união entre os dois países em seu retorno à vida pública.

Acessórios como narrativa e a política do cotidiano

Os detalhes fizeram toda a diferença. Nos Estados Unidos, a juíza da Suprema Corte Ketanji Brown Jackson quebrou protocolo silenciosamente ao usar um colar de búzios sobre a toga na posse presidencial. O acessório, um símbolo ancestral de culturas africanas, foi um ato potente de afirmação cultural em um espaço tradicionalmente conservador.

No Brasil, o visual da ministra Cármen Lúcia durante o julgamento que condenou Jair Bolsonaro não passou despercebido. Seu cabelo grisalho impecavelmente alinhado reforçou uma imagem de autoridade serena e protagonismo feminino no plenário do STF.

Já em Nova York, o casal formado pelo prefeito millennial Zohran Mamdani e sua esposa, Rama Duwaji, redefiniu a estética do poder. Abrindo mão da alfaiataria de luxo tradicional, eles adotaram ternos acessíveis e marcas independentes, priorizando a coerência e um estilo consciente.

Polêmicas, protestos e o poder das cores

As passarelas também viraram palco de manifestações. Marcas como Moschino, Willy Chavarria e Diesel carregaram seus desfiles de inverno 2025 com mensagens políticas, usando camisetas com slogans ambientais e celebrando identidades trans e latinas em um ano de silêncios oficiais.

Uma simples cor foi capaz de acender debates acalorados. A popularização do rosa no vestuário masculino, impulsionada por grifes como Dior, Prada e Paul Smith, foi interpretada por setores conservadores como uma ameaça aos padrões tradicionais de masculinidade, transformando a escolha da cor em um ato de provocação política.

O ano se encerrou com mais uma controvérsia no Brasil. Uma campanha publicitária das Havaianas estrelada pela atriz Fernanda Torres gerou indignação em parte da direita política. O episódio mostrou como, em tempos de polarização, até um objeto considerado democrático pode se tornar um símbolo e campo de disputa ideológica.

Gestão de imagem e espetáculo midiático

Outras personalidades usaram a moda como escudo ou ferramenta de soft power. Melania Trump, com suas raras aparições públicas, adotou chapéus de abas largas e quase escultóricos como uma assinatura estética, criando uma barreira simbólica entre ela e o escrutínio constante da mídia.

Por fim, o improvável romance entre a cantora Katy Perry e o ex-primeiro-ministro canadense Justin Trudeau se transformou em um espetáculo de soft power. Suas aparições públicas, com looks cuidadosamente coordenados, demonstraram como, em 2025, até as relações afetivas podem ser instrumentalizadas pela linguagem política, tendo a moda como parte essencial do roteiro.

Os eventos de 2025 provaram que a moda vai muito além das tendências sazonais. Ela se firmou como um código de comunicação não-verbal, capaz de reforçar autoridade, desafiar normas, fazer diplomacia e até incendiar debates sociais, confirmando que, no palco global, a imagem é, de fato, política.