O ano de 2025 foi marcado por debates intensos e declarações que ecoaram nas redes sociais, na mídia e na opinião pública. De celebridades a ex-presidentes, personalidades globais levantaram questões cruciais sobre autonomia corporal, inteligência artificial, economia, política e o respeito à diversidade. As frases que se destacaram funcionam como um termômetro dos principais conflitos e reflexões da sociedade contemporânea.
Autonomia do corpo e a pressão estética
O direito sobre o próprio corpo foi um tema central. A cantora Anitta reagiu com firmeza às críticas sobre seus procedimentos estéticos. "Se amanhã eu quiser virar o Sméagol ou Fofão, eu viro. Se quiser ficar desfigurada, eu posso. O corpo é meu", afirmou, defendendo sua liberdade de escolha. Na mesma linha, Xuxa ironizou comentários nas redes ao postar fotos sem retoques, com a frase: "O resto tá pior".
A discussão sobre envelhecimento também ganhou voz. A modelo Cindy Crawford, aos 59 anos, declarou: "Não tenho 25 anos, então por que deveria parecer ter 25? Envelhecer é o que acontece quando você tem sorte, significa estar viva". A atriz Cláudia Abreu, de 55, complementou: "Idade é um número. Ser feliz é um estado de espírito". Demi Moore, de 63, criticou a marginalização das mulheres mais velhas no entretenimento, chamando-a de "a informação menos nova do filme".
Inteligência Artificial, economia e os dilemas da era digital
O avanço da IA provocou reações de especialistas e artistas. O ex-campeão de xadrez Garry Kasparov, que enfrentou o computador Deep Blue nos anos 1990, vê a disrupção atual como um novo patamar: "Trata-se de pensamento", disse, diferenciando-a de revoluções passadas ligadas à força física.
No campo artístico, a discussão foi acalorada. Paul McCartney criticou uma decisão britânica que flexibiliza direitos autorais para músicas criadas com IA: "A verdade é que o dinheiro está indo para algum lugar... por que não deveria ser o cara que escreveu Yesterday?". Já a islandesa Björk foi direta ao atacar o modelo de streaming: "O Spotify foi a pior coisa que aconteceu para os músicos".
Na economia brasileira, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, descreveu seu papel como de um "tradutor" entre mercado e políticas públicas. A empresária Luiza Trajano, em evento na Fiesp, fez um pedido em tom de desabafo a ele: "Eu queria pedir para ele, por favor, não comunicar mais que vai ter aumento de juros porque aí já atrapalha tudo desde o começo".
Política, diversidade e os limites do discurso
Declarações no campo político geraram polêmica. O ex-presidente argentino Mauricio Macri revelou que, em 2018, Donald Trump sugeriu que a Argentina "deveria conquistar o Chile para ter dois oceanos". A atriz Angelina Jolie expressou desilusão: "Amo meu país, mas não o reconheço agora".
Os discursos de ódio também estiveram em pauta. O rapper Kanye West provocou ao se autointitular "Yaydolf Yitler" e afirmar "Eu sou nazista, digo o que quiser". Em contraponto, a luta por respeito ganhou força. A atriz trans Karla Sofía Gascón, candidata ao Oscar, pediu ajuda à brasileira Fernanda Torres contra o ódio nas redes: "Fernanda, por favor… te amo muito. Me ajuda com essa galera".
O ex-jogador Rycharlyson, bissexual, relatou o machismo que enfrenta: "É machismo. Eles não aceitam" que suas escolhas pessoais não o impedem de ser um ótimo profissional. A drag queen Gloria Groove lembrou suas origens: "Por trás desse filtro glorioso vive um rapaz de infância difícil por ser um gay afeminado".
Amor, modéstia e a busca pela liberdade
Declarações de afeto também marcaram o ano. A tenista número 1 do mundo, Aryna Sabalenka, namorando um brasileiro, escreveu "Te amo" em português numa câmera após vencer um torneio. O ex-presidente americano Barack Obama postou para Michelle: "Trinta e dois anos juntos e você ainda me tira o fôlego", em meio a rumores de separação.
A modéstia foi tema para Antonela Roccuzzo, mulher de Messi: "É fundamental que eles saibam que não somos melhores que ninguém". E a busca por liberdade foi sintetizada por Maria Bethânia, que explicou por que não aderiu ao Tropicalismo: "Tudo isso vai aprisionando".
O ano de 2025, portanto, foi registrado não apenas por eventos, mas por vozes que desafiaram normas, criticaram abusos e celebraram a individualidade e o amor, refletindo um mundo em constante e complexa transformação.