Em um ano repleto de incertezas, o Santos cumpriu a missão de escapar do rebaixamento no Campeonato Brasileiro de 2025. Apesar de uma campanha irregular e muitas críticas, Neymar foi a peça-chave na reta final, demonstrando resiliência após uma série de lesões e mostrando que ainda luta por uma vaga na próxima Copa do Mundo. O atacante, que teve participação limitada na maior parte da competição, elevou seu nível nas rodadas decisivas e praticamente carregou o time nas costas com gols e assistências essenciais para a permanência na Série A.
Uma temporada de interrupções e contratempos
A campanha de Neymar no Brasileirão começou de forma problemática. Após não conseguir ajudar o Santos na fase final do Campeonato Paulista, sua estreia na competição nacional foi contra o Fluminense, no Maracanã, em uma partida marcada por reclamações com a arbitragem e derrota. O cenário piorou no jogo seguinte, uma vitória sobre o Atlético-MG, quando o camisa 10 saiu ainda no primeiro tempo com uma lesão na coxa.
Os problemas físicos se tornaram uma constante. Sempre que o jogador engatava uma boa sequência, uma nova contusão o afastava dos gramados. O Santos, cauteloso devido ao histórico do atleta, priorizava uma recuperação lenta, o que aumentava seu tempo longe do time. Além das lesões, Neymar também prejudicou a equipe ao ser expulso na derrota para o Botafogo, na Vila Belmiro. Ao todo, ele recebeu sete cartões amarelos em 19 jogos disputados na Série A.
Sua melhor fase ocorreu entre julho e agosto, quando disputou todos os jogos entre a 14ª e a 19ª rodada, além das partidas da 22ª e 23ª, marcando três gols no período. No entanto, uma nova lesão, novamente contra o Atlético-MG, o tirou de ação em setembro. Seu retorno só aconteceu na 31ª rodada, momento a partir do qual sua atuação se tornaria vital.
Altos e baixos: do gol decisivo ao desentendimento
Dois jogos contra o Flamengo resumiram a volatilidade de Neymar nesta temporada. Na Vila Belmiro, o craque marcou o gol solitário da vitória sobre o campeão do Brasil e da América, em uma atuação brilhante. Contudo, o jogo de volta, no Maracanã, foi um ponto extremamente baixo. Neymar teve atuação apagada, irritou-se ao ser substituído e gerou um clima de desconforto nos bastidores do elenco.
Embora uma série de conversas no vestiário tenha amenizado a situação, o momento do Santos era crítico: o clube ocupava a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.
A redenção nos momentos decisivos
Quando o Santos mais precisou, Neymar emergiu como líder. A partir do desentendimento no jogo contra o Flamengo, a equipe não conheceu mais a derrota no Brasileirão, com o camisa 10 como protagonista. A situação, porém, quase tomou outro rumo. O meia-atacante sofria com dores no joelho, e um problema no menisco levantou a possibilidade de ele não jogar mais em 2025.
Contrariando prognósticos, ele seguiu com o grupo. Neymar não atuou no empate por 1 a 1 diante do Internacional, no Beira-Rio, mas foi decisivo nas três partidas finais. Ele marcou gols contra Mirassol, Sport e Juventude, todos em jogos de extrema pressão pela luta contra o rebaixamento.
A grande atuação, no entanto, foi reservada para o duelo contra o Juventude, em Caxias do Sul. Em uma partida onde apenas a vitória interessava, Neymar marcou três gols e praticamente garantiu matematicamente a permanência do Santos na elite, confirmada no último domingo. A atuação foi um marco de superação e entrega.
Ainda não há uma definição sobre o futuro de Neymar a longo prazo no clube, mas sua volta por cima no Brasileirão 2025 reacendeu a esperança da torcida. O craque, que passou por cirurgia no joelho e se recupera, mantém vivo o sonho de representar o Brasil em mais uma Copa do Mundo e pode ser uma opção para o técnico Carlo Ancelotti.
