Um episódio de violência contra turistas em Porto de Galinhas, no Grande Recife, ganhou grande repercussão e desdobramentos. O casal de empresários Cleiton Zanatta e Jhonny Andrade, moradores de Tangará da Serra, no Mato Grosso, foi agredido por comerciantes da praia após questionar o valor cobrado pelo aluguel de cadeiras.
Da agressão ao convite para o Réveillon
O casal, que viajou para celebrar os 50 anos de Cleiton, teve o sonho interrompido pela violência. A confusão começou quando os barraqueiros aumentaram o preço combinado de R$ 50 para R$ 80 após o casal usar as cadeiras e voltar da água. Ao questionarem a cobrança, foram brutalmente agredidos, ficando Jhonny com o rosto e um olho bastante inchados.
Com a ampla divulgação do caso, o casal recebeu um convite inesperado. A prefeita de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, Juliana Pavan (PSD), confirmou que apoiou um convite feito pelo sindicato local de hotéis e restaurantes para que Cleiton e Jhonny passassem o Réveillon na cidade, com todas as despesas pagas.
Inicialmente receosos por questões psicológicas e por estarem longe da família, eles decidiram aceitar. "Nossa vida continua e precisamos dar voz a outras pessoas", disse Jhonny nas redes sociais. Eles embarcaram para Santa Catarina na manhã desta quarta-feira, 31 de dezembro.
Investigação avança e casal rebate acusações
A Polícia de Ipojuca já avançou nas investigações e identificou mais de dez dos agressores, com o número chegando a pelo menos 14 barraqueiros envolvidos. O casal também se manifestou para rebater versões que circulavam.
Eles apresentaram um comprovante de transferência PIX de R$ 94, feito ainda no hospital após as agressões, para demonstrar que quitaram o valor cobrado. Além disso, negaram veementemente estarem embriagados no momento do incidente, como foi insinuado por algumas partes.
Consequências e apoio institucional
A prefeitura de Balneário Camboriú não apenas apoiou o convite, mas ofereceu uma estrutura de acolhimento. O casal terá um espaço no centro de controle operacional da orla, local que reúne equipes de segurança, saúde e turismo, para assistir à queima de fogos de artifício.
"Esse convite vai servir para a gente ficar bem. Estamos passando por um momento difícil e estamos felizes em estarmos vivos", afirmou Jhonny, demonstrando a expectativa de que a nova experiência ajude no processo de superação do trauma.
O caso levantou novamente discussões sobre a relação com turistas, cobranças abusivas e violência em pontos turísticos brasileiros, enquanto as autoridades seguem com o trabalho de identificar e responsabilizar todos os envolvidos na agressão ocorrida em Porto de Galinhas.