Um ex-policial civil foi preso em flagrante no domingo (28) após cometer uma grave agressão contra uma policial militar que aproveitava seu dia de folga em um parque de Londrina, no norte do Paraná. O ataque, classificado como vingança pela função da vítima, chocou frequentadores do local e foi registrado em vídeo.
Agressão violenta em local público
De acordo com o Boletim de Ocorrência, a policial militar estava com amigas no parque quando Germano de Alencar Araripe Façanha, de 41 anos, se aproximou por trás e começou a desferir socos na cabeça dela. A vítima caiu no chão, mas o agressor continuou o ataque e tentou enforcá-la.
Durante a violência, o ex-policial civil proferiu frases de ódio. "Ninguém apanha de graça", disse ele, conforme registrado no B.O. A vítima relatou que Germano a empurrou com uma mesa que carregava, derrubando copos, e ameaçou: "Eu vou te matar, faz tempo que eu quero te pegar".
Intervenção heroica e prisão
As agressões só cessaram graças à intervenção de outro policial militar que, coincidentemente, também estava de folga no local, passeando com a família. Ele conseguiu imobilizar o agressor até a chegada das equipes policiais, que foram acionadas.
A policial agredida foi levada para um hospital, onde recebeu atendimento médico. Posteriormente, compareceu à delegacia para representar contra o agressor e solicitar uma medida protetiva. O policial que interveio sofreu apenas escoriações leves.
Germano também passou por atendimento médico e foi encaminhado para a Central de Flagrantes. Durante interrogatório, optou por permanecer em silêncio. Ele responderá por uma série de crimes, incluindo:
- Injúria
- Lesão corporal
- Ameaça
- Resistência
- Lesão corporal contra agente de segurança pública no exercício da função
O advogado do acusado, José Henrique de Souza Zagatto, optou por não se manifestar sobre o caso.
Histórico problemático do agressor
A Polícia Civil informou que Germano já responde a crimes semelhantes e é alvo de medidas protetivas. Investigação da RPC revelou um histórico de indisciplina e envolvimento em confusões em bares e supermercado, com agressões a outras pessoas.
O ex-policial integrava o quadro da Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp) desde 2014, atuando como investigador. No entanto, foi demitido em 2022 após um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) que apontou diversas infrações, como:
- Valer-se do cargo para proveito pessoal
- Praticar ato lesivo à honra ou ao patrimônio com abuso de poder
- Insubordinação grave
- Condutas que afetam a dignidade da classe policial
O caso expõe a gravidade da violência contra agentes de segurança, mesmo quando estão fora de serviço, e reacende o debate sobre o acompanhamento de ex-servidores com passado conturbado.
