A Polícia Rodoviária Federal (PRF) deteve, na última terça-feira (30), um motorista que realizava uma viagem incomum e perigosa na BR-158, em Paranaíba, Mato Grosso do Sul. O homem foi flagrado conduzindo um ônibus com avarias graves, incluindo a falta completa do para-brisa dianteiro. Para se proteger, ele utilizava um capacete enquanto dirigia.
Viagem de risco por 670 quilômetros
Em seu depoimento aos policiais, o condutor, que não teve a identidade revelada, contou uma história surpreendente. Ele afirmou ter comprado o veículo já danificado pela internet, na cidade de Jaciara, em Mato Grosso. Mesmo diante do estado precário do ônibus, que não tinha para-brisa e apresentava diversos danos visíveis de um acidente anterior, ele decidiu seguir viagem até Bauru, no interior de São Paulo.
A jornada arriscada já havia percorrido cerca de 670 quilômetros quando a PRF o interceptou. A justificativa dada pelo motorista para não contratar um guincho foi o alto custo do serviço. Ele alegou que o conserto sairia mais barato em sua cidade de destino.
Multiplas irregularidades e autuações
A abordagem, realizada durante uma fiscalização de rotina, revelou uma série de infrações graves. A PRF constatou que o motorista estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida há mais de 30 dias. Além disso, seu exame toxicológico também estava fora do prazo, o que, por si só, já o impedia de dirigir o veículo legalmente.
A inspeção no ônibus apontou diversos problemas, que resultaram em sete autuações, somando aproximadamente R$ 3 mil em multas. As irregularidades incluíam:
- Danos extensos causados por acidente anterior
- Para-brisa quebrado (ausente)
- Para-choque danificado
- Pneus em estado de desgaste avançado
- Tacógrafo (equipamento que registra a velocidade) inoperante
Todas essas infrações são classificadas como gravíssimas pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Procedimento policial e alerta da autoridade
Diante da situação, os agentes da PRF procederam com a apreensão do veículo. O motorista prestou depoimento e, posteriormente, foi liberado. O inspetor da PRF, Fábio Sodré, que participou da ação, comentou sobre o caso.
"Esse tipo de comércio [de veículos danificados pela internet] é comum. O problema foi a forma que resolveu transportar", afirmou Sodré, destacando que a decisão de fazer uma viagem longa em um veículo totalmente inadequado foi o grande erro.
O caso serve como um alerta para os perigos de transitar com veículos em condições inseguras, colocando em risco não apenas o condutor, mas todos os usuários da rodovia.