O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu manter na prisão preventiva Alan Diego dos Santos Rodrigues, condenado por tentar provocar uma explosão no Aeroporto Internacional de Brasília. A decisão foi publicada nesta quarta-feira, 31 de dezembro de 2025.
Risco de novos crimes justifica manutenção da prisão
Na Petição 12445, o magistrado argumentou que existe um risco real de reiteração de crimes caso o condenado seja solto. Moraes lembrou que, após o atentado frustrado ocorrido em 24 de dezembro de 2022, Alan Diego fugiu de Brasília e só foi capturado pela polícia em junho de 2025, no estado de Mato Grosso.
"Há, portanto, fortes e graves indícios do risco concreto da reiteração delitiva", escreveu o ministro em sua decisão. Ele também destacou a necessidade de resguardar a ordem pública e a instrução criminal, afirmando não haver fatos novos que permitissem afastar a custódia cautelar.
Condenação por atentado e novos processos por crimes contra o Estado
Alan Diego foi preso inicialmente por ordem do próprio ministro Moraes, após denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele e outras duas pessoas são acusados de crimes graves, incluindo:
- Tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito
- Golpe de Estado
- Associação criminosa armada
O episódio remonta à véspera de Natal de 2022, quando o condenado instalou um artefato explosivo no eixo de um caminhão-tanque estacionado nas proximidades do terminal aéreo. Em depoimento, ele confessou ter recebido a bomba no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, local que era ponto de aglomeração de apoiadores de um golpe de Estado.
Outros envolvidos e decisões judiciais
Além de Alan Diego, outras duas pessoas foram condenadas pela tentativa de atentado:
Wellington Macedo de Souza, blogueiro, recebeu pena de 6 anos de prisão por planejar o ataque e dar carona a Alan no dia do ocorrido.
George Washington de Oliveira Sousa admitiu ter comprado o arsenal utilizado, incluindo explosivos e munições.
Em maio de 2023, a 10ª Vara Federal do Distrito Federal condenou os três a 5 anos e 4 meses de prisão em regime fechado pelos crimes de explosão e incêndio. O caso, no entanto, seguiu para o STF para análise dos crimes contra a ordem democrática.
Recentemente, em dezembro de 2025, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu, por unanimidade, aceitar a denúncia da PGR e tornar Alan Diego réu pelos crimes mais graves relacionados à tentativa de golpe. Esta foi a segunda vez que o ministro Moraes negou um pedido de soltura da defesa do condenado, tendo já se manifestado contrariamente em outubro.
A decisão reforça o entendimento do Judiciário sobre a gravidade dos atos e a necessidade de manter sob custódia indivíduos considerados uma ameaça à segurança pública e à estabilidade institucional, especialmente em casos com indícios de planejamento de ações violentas contra o Estado.