Uma ação conjunta das polícias civis do Rio de Janeiro e do Amazonas resultou na desarticulação de um importante esquema de lavagem de dinheiro ligado à organização criminosa Comando Vermelho. A operação, realizada na terça-feira (23), culminou com a apreensão de uma grande quantia em dinheiro vivo e revelou os métodos utilizados pela facção para ocultar recursos de atividades ilícitas.
Apreensão em flagrante durante saque bancário
O ponto alto da operação ocorreu no município de Manacapuru, região metropolitana de Manaus. Os policiais apreenderam R$ 1,7 milhão em espécie no momento exato em que um representante da facção tentava sacar o valor em uma agência bancária. A ação foi possível graças a um trabalho de inteligência e à troca de informações entre as corporações dos dois estados.
De acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, que divulgou nota sobre o caso na quarta-feira (24), o montante apreendido seria destinado a financiar a logística do grupo criminoso no Amazonas.
Métodos do esquema de lavagem
A investigação, coordenada pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), identificou que o Comando Vermelho utilizava empresas de fachada para lavar recursos originados de atividades ilícitas na região norte do país.
Os investigadores constataram que a facção realizava transferências bancárias fracionadas para contas de laranjas. A prática, conforme explicou a polícia em nota, tinha "o objetivo de ocultar e dissimular a origem dos ilícitos", dificultando o rastreamento do dinheiro pelo sistema financeiro e pelas autoridades.
Expansão da facção e investigações em andamento
Esta não é a primeira vez que as forças de segurança identificam a atuação do Comando Vermelho no estado do Amazonas. Em diligências anteriores, a polícia já havia mapeado ramificações da organização criminosa na região.
Um marco recente nesse combate foi a Operação Contenção, realizada em outubro pelas polícias do Rio de Janeiro com o objetivo de frear a expansão da facção. Naquela ocasião, segundo informações do governo, foram mortos vários chefes do tráfico de Manaus, incluindo figuras conhecidas como Chico Rato e Gringo.
As investigações sobre o esquema de lavagem de dinheiro desarticulado nesta semana continuam. A polícia informou que as apurações serão estendidas para identificar e prender outras pessoas envolvidas no mecanismo financeiro criminoso.