Novos documentos de Epstein revelam vítima brasileira e carta falsa sobre Trump
Epstein: documentos revelam vítima brasileira e carta falsa

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos liberou uma nova leva de documentos relacionados ao caso Jeffrey Epstein, o bilionário condenado por explorar sexualmente adolescentes. Os arquivos, que somam quase 30 mil páginas, trazem à tona menções a uma vítima brasileira e detalhes sobre a rede de contatos do criminoso, incluindo figuras públicas de alto escalão.

Vítima brasileira e detalhes chocantes

Entre os milhares de registros, que incluem e-mails, depoimentos e anotações, um relato ao FBI em 2019 chama a atenção. Uma testemunha não identificada menciona a presença de vítimas brasileiras no esquema de Epstein. As anotações descrevem, por exemplo, uma jovem que havia acabado de chegar do Brasil e trabalhava como modelo.

O documento revela que ela morou com a mãe até os 13 anos e saiu de casa aos 14. Em outra passagem, um trecho sugere a preocupação de Epstein com a idade das garotas: "Houve um momento em que alguém presenciou ele pedindo a identidade de uma garota. Queria ter certeza que era menor de 18 anos. Não estava acreditando nela porque alguém... fez besteira ao trazer garotas mais velhas".

Carta falsa e menções a Trump

Um dos pontos que ganhou destaque nesta terça-feira (23) foi uma carta supostamente escrita por Jeffrey Epstein da cadeia. O documento era endereçado a Larry Nassar, ex-médico da seleção americana de ginástica também preso por crimes sexuais, e mencionava o nome de Donald Trump.

No entanto, o Departamento de Justiça informou que uma perícia do FBI concluiu que a carta era falsa. A pasta também se manifestou em uma rede social, afirmando que "alguns dos documentos contêm informações falsas e sensacionalistas contra o presidente Trump que foram submetidas ao FBI logo antes da eleição de 2020".

Trump, que conviveu com Epstein nas décadas de 1980 e 1990, sempre negou qualquer conhecimento ou envolvimento nos crimes do bilionário. Em um evento na segunda-feira (22), ele declarou que "Esta história de Epstein é uma forma de tirar a atenção do tremendo sucesso do Partido Republicano".

"Biblioteca Epstein" e outras celebridades citadas

A divulgação em massa dos arquivos, que já ganhou o apelido de "Biblioteca Epstein", foi determinada por uma lei aprovada pelo Congresso americano em novembro. Na sexta-feira anterior, uma primeira leva de milhares de documentos já havia sido publicada.

Os registros mostram fotos de mulheres com os rostos ocultados e citam diversas celebridades e políticos que frequentavam o círculo de amizades de Epstein. Entre eles, o ex-presidente Bill Clinton, do Partido Democrata.

Na segunda-feira, por meio de seu porta-voz, Clinton pediu a divulgação imediata de todos os registros relacionados a ele. Ele argumentou que a publicação parcial e com censura indica que "alguém está sendo protegido".

O volume colossal de documentos continua a ser analisado, prometendo revelar novos detalhes sobre um dos maiores escândalos sexuais das últimas décadas, com ramificações internacionais e toques brasileiros.