Exército e voluntários reerguem parreirais após tempestade na Serra Gaúcha
Mutirão para salvar parreirais após chuva no RS

Uma força-tarefa composta por militares do Exército, servidores municipais, voluntários e produtores rurais está empenhada em recuperar os parreirais derrubados pelas fortes chuvas que atingiram a Serra do Rio Grande do Sul. Os trabalhos, que já duram mais de uma semana, concentram-se no município de Bento Gonçalves, uma das principais regiões vitivinícolas do estado.

Danos à produção vitivinícola

De acordo com a prefeitura local, os temporais dos últimos dias causaram estragos em pelo menos 20 propriedades rurais, afetando uma área superior a 23 hectares de vinhedos. O fenômeno climático atingiu parreirais que estavam carregados de uva, prestes a serem colhidos para a vindima. "Estamos auxiliando desde o fim de semana com as subprefeituras para manter as estruturas fixas para a colheita", afirmou o secretário Luis Carlos de Mari.

Mutirão em Faria Lemos e Tuiuty

Os esforços do mutirão estão concentrados inicialmente em 10 propriedades localizadas nos distritos de Faria Lemos e Tuiuty. A ação conjunta tem como objetivo reerguer as estruturas dos parreirais e garantir que a colheita não seja perdida. A previsão é que os trabalhos continuem até que todos os vinhedos afetados estejam completamente recuperados.

Região foi atingida por dois tornados

A situação climática na região é crítica. Segundo o Centro de Monitoramento da Defesa Civil estadual, a Serra do RS foi atingida por dois tornados em um intervalo de apenas 15 dias, entre 9 e 24 de dezembro. Cidades próximas a Bento Gonçalves, como Flores da Cunha (a 50 km) e Farroupilha (a 20 km), também registraram grandes estragos.

De acordo com a Climatempo, as rajadas de vento provavelmente superaram 100 km/h, com base no padrão de destruição observado no interior de Farroupilha, a área mais castigada. Em Flores da Cunha, os ventos fortes e as chuvas intensas danificaram pelo menos 80 casas e deixaram cerca de cinco mil imóveis sem energia elétrica, conforme informou a administração municipal.

A mobilização de tantas entidades e voluntários demonstra a importância da vitivinicultura para a economia local e o espírito de comunidade na região, que agora corre contra o tempo para salvar uma das suas principais safras.