A ação de poda de árvores realizada pela concessionária de energia Energisa na Avenida General Valle, em Cuiabá, na última segunda-feira (29), desencadeou uma onda de indignação entre moradores e pedestres que circulam pelo local. A cena de uma grande quantidade de galhos e árvores cortadas sobre as calçadas gerou protestos imediatos e críticas sobre os métodos utilizados e os impactos da intervenção.
Intervenção da Energisa e justificativa
A poda foi executada pela Concessionária Energisa. Em comunicado oficial enviado ao g1, a empresa defendeu a ação como necessária para a segurança e o fornecimento de energia. A justificativa apresentada foi a de retirar galhos que estavam em contato direto com a rede elétrica, uma medida preventiva para evitar acidentes e falhas no abastecimento da região.
A Energisa ressaltou que só realiza esse tipo de intervenção quando identifica risco, conforme determina a legislação vigente. A nota ainda destacou que, em situações ordinárias, a manutenção e o controle das árvores são de responsabilidade do poder público ou dos proprietários de terrenos privados.
Reação da comunidade e críticas ambientais
A forma como a poda foi conduzida se tornou o centro das críticas. Vídeos e relatos compartilhados nas redes sociais mostram uma aglomeração de pessoas em volta dos trabalhadores, questionando a extensão dos cortes. Moradores argumentam que a supressão foi excessiva, causando significativos impactos ambientais e eliminando áreas de sombra vitais para descanso, especialmente usadas por trabalhadores que atuam naquela parte da cidade.
Além do incômodo imediato, entidades ligadas à causa ambiental se manifestaram, apontando o episódio como um reflexo de falhas na condução da política ambiental do município. A queixa principal é que a ação priorizou a infraestrutura elétrica sem um equilíbrio adequado com a preservação da arborização urbana e seus benefícios.
Posicionamento da Prefeitura de Cuiabá
A Prefeitura de Cuiabá foi procurada para se manifestar sobre o caso, mas declinou. A justificativa municipal foi de que a intervenção foi realizada exclusivamente pela concessionária de energia, portanto, fora de sua alçada direta para comentários. Essa resposta transferiu a responsabilidade do debate para a Energisa, deixando a comunidade sem uma posição oficial do gestor público local sobre o método e a extensão da poda realizada.
O caso na Avenida General Valle coloca em evidência o delicado equilíbrio entre a manutenção de serviços essenciais, como a energia elétrica, e a preservação do patrimônio ambiental urbano. Enquanto a concessionária alega cumprir protocolos de segurança, a população cobra mais diálogo e técnicas de poda menos agressivas, que garantam a convivência harmoniosa entre a infraestrutura e a qualidade de vida na capital mato-grossense.