Um menino de quatro anos sobreviveu a uma queda do décimo andar de um prédio no Centro de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. O acidente ocorreu no sábado (27) e deixou a criança com fraturas graves nas duas pernas.
Detalhes do acidente e socorro imediato
O incidente aconteceu por volta das 15h30 de sábado. Brenno Fernandes Girdziauckas, que é autista não verbal, conseguiu acesso à janela do banheiro do apartamento onde mora com a família. A residência fica a apenas um quarteirão do Hospital das Clínicas, o que permitiu que o socorro fosse extremamente rápido.
A mãe da criança, que é psicóloga, relatou à polícia que ouviu um barulho forte. Ela e o marido estavam próximos ao quarto e foram ao banheiro, pensando que o filho estava lá. Ao encontrar o cômodo vazio e a janela sem grade de proteção aberta, desconfiou do que havia acontecido e correu para o térreo do edifício.
No solo da área comum do condomínio, encontrou o filho ainda consciente, mas com lesões graves nas pernas. Imediatamente, a irmã de Brenno acionou o Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu). Após os primeiros procedimentos de estabilização, o menino foi encaminhado para a Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas.
Estado de saúde e procedimentos médicos
Brenno sofreu uma fratura bilateral do fêmur, o que significa que quebrou os dois ossos da coxa. Poucas horas após a internação, ele passou por uma cirurgia. Na manhã de domingo (28), o pai, o publicitário Carlos Daniel Fernandes, informou à EPTV que o procedimento ocorreu sem intercorrências e que o estado de saúde do filho é considerado estável.
No entanto, o quadro ainda requer cuidados intensivos. O menino segue internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do hospital e, até o momento, não há previsão de alta médica. A família chegou a solicitar doações de sangue, e o Hemocentro local recebeu 120 novas bolsas. Embora Brenno já não precise mais de sangue, as doações continuam sendo vitais para outros pacientes.
Investigação e circunstâncias da queda
De acordo com o boletim de ocorrência, a polícia acredita que a queda pode ter sido amortecida por dois obstáculos. A criança possivelmente se chocou contra uma janela de vidro no oitavo andar e, em seguida, contra um corrimão, antes de atingir o solo. Esses impactos intermediários podem ter sido decisivos para a sobrevivência.
A mãe supõe que o menino subiu na pia do banheiro para alcançar a janela e acabou pulando. A Secretaria de Segurança Pública registrou o caso como queda acidental na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Ribeirão Preto. Para auxiliar no esclarecimento completo dos fatos, a polícia requisitou exames ao Instituto de Criminalística (IC) e ao Instituto Médico Legal (IML).
O caso serve como um alerta urgente para a segurança em apartamentos, especialmente em residências com crianças pequenas ou com condições como o autismo. A instalação de grades ou redes de proteção em janelas e varandas é uma medida fundamental de prevenção, frequentemente recomendada por especialistas em segurança infantil.
