A partir do dia 5 de janeiro de 2026, os usuários do transporte público na cidade de São Paulo pagarão mais pelas viagens de ônibus. A Prefeitura da capital paulista confirmou, nesta segunda-feira (29), um reajuste de R$ 0,30 no valor da tarifa, que passará dos atuais R$ 5,00 para R$ 5,30.
Justificativa e impacto do reajuste de 6%
O aumento de 6% foi acertado em reunião na sede da Prefeitura com secretários responsáveis pelo setor de transporte, mobilidade e orçamento. A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) destacou que o índice de reajuste ficou abaixo do IPC-Fipe Transporte dos últimos 12 meses, que foi de 6,5%.
Em comunicado, a administração municipal argumentou que, durante a gestão de Nunes, o valor da passagem se manteve em R$ 4,40 por cinco anos. De 2020 a 2025, houve apenas uma atualização, de 13,6%, para R$ 5,00, enquanto a inflação medida pelo IPCA no período acumulou 40,31%.
"A correção atual fica menos da metade do valor inflacionário desses 5 anos", afirmou a Prefeitura, ressaltando que a capital possui uma das tarifas mais baixas da Região Metropolitana e do país, considerando a integração do Bilhete Único, que permite até quatro embarques em três horas.
Custos recordes e pressão sobre o sistema
A decisão pelo aumento já era esperada. O prefeito havia sinalizado a necessidade de "manter o equilíbrio" das contas do transporte em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, no início de dezembro. O motivo central é o crescimento dos subsídios municipais.
Em 2025, o subsídio público às empresas de ônibus ultrapassou a marca histórica de R$ 6 bilhões, mesmo sem contabilizar os meses de novembro e dezembro. Dados de outubro mostram que os custos operacionais do sistema subiram mais de R$ 492 milhões neste ano, enquanto a arrecadação com as tarifas cresceu apenas R$ 410,3 milhões.
Esse descompasso obrigou a prefeitura a injetar mais recursos. O custo total do sistema em 2025 já soma R$ 10,34 bilhões, contra uma arrecadação tarifária de apenas R$ 4,3 bilhões. Outro fator que pressiona para cima é a revisão quadrienal dos contratos com as empresas, que pode elevar os custos em pelo menos 9,88% em 2026, segundo estudo da Secretaria Municipal de Transportes (SMT).
Aumento também atinge cidades da Grande São Paulo
O reajuste não se limitará à capital. Cinco municípios da região oeste da Grande São Paulo, integrantes do Consórcio Intermunicipal (CIOESTE), também anunciaram aumento em suas tarifas para o mesmo dia 5 de janeiro de 2026.
Em Osasco, Barueri, Carapicuíba, Jandira e Itapevi, a passagem subirá de R$ 5,80 para R$ 6,10, um reajuste de 5,2%. Os prefeitos das cidades afirmaram que a decisão foi baseada em critérios técnicos e legais, visando a recomposição de custos e a manutenção da qualidade e segurança do serviço.
O novo valor da tarifa em São Paulo será agora encaminhado à Câmara Municipal para seguir o trâmite legal necessário para sua implementação.
