Um jovem ativista ambiental do interior de São Paulo conquistou um espaço de destaque no cenário internacional. Edson Sarti Wernek, de apenas 19 anos, natural de Barra do Chapéu, acaba de se tornar colunista da revista internacional Al Día News. A conquista é um reconhecimento ao seu trabalho à frente do Instituto de Conservação Ambiental do Morro Agudo (Icama), organização que ele mesmo fundou.
Da infância no interior à fundação do instituto
Edson passou a infância entre os municípios de Apiaí e Barra do Chapéu, no interior paulista. Seu interesse pelo meio ambiente surgiu de forma simples: ele começou a fotografar os animais da região e mostrava as imagens para familiares e amigos. Para sua surpresa, muitas pessoas que viviam ali há décadas não conseguiam identificar as espécies nativas.
Essa descoberta foi um ponto de virada. Ele percebeu que era difícil incentivar a preservação de um ambiente que as pessoas sequer conheciam. Após concluir um curso técnico de administração na Etec de Apiaí, Edson ganhou a base necessária para colocar um projeto em prática. Em 2019, com cerca de 14 ou 15 anos, ele fundou o Icama.
O trabalho do Icama e a expansão do ativismo
O objetivo do instituto sempre foi claro: fazer com que a comunidade conhecesse a biodiversidade local para, então, aprender a preservá-la. Para isso, Edson convidou o amigo fotógrafo de aves, João Pena, e juntos começaram a documentar a fauna. As imagens eram publicadas nas redes sociais, acompanhadas de conteúdo explicativo sobre cada espécie.
A iniciativa foi ganhando corpo e se transformou em um projeto multifacetado. Em seus cinco anos de existência, o Icama passou a realizar palestras em escolas, asilos e faculdades, além de trabalhar na instalação de lixeiras públicas, no resgate de animais domésticos e silvestres e no registro de espécies. O que começou com fotografias evoluiu para uma ação ambiental completa.
Reconhecimento internacional e planos para o futuro
O convite para ser colunista da Al Día News surgiu de forma orgânica durante uma viagem de três meses que Edson fez à Colômbia, neste ano. O diretor da revista, que estava no local, interessou-se pelo trabalho e pelas pesquisas do jovem ativista após uma conversa.
"Foi bem natural, foi dentro de um papo. Ele se interessou muito pelas minhas ideias, pelo meu trabalho, pela minha percepção de mundo", contou Edson. Apesar de as colaborações não serem remuneradas, ele valoriza imensamente a oportunidade. "Ser ouvido com 19 anos é uma coisa muito difícil... é de um valor inimaginável", afirmou.
Atualmente, Edson cursa Gestão Ambiental na Fatec de Itapetininga e já traça planos ambiciosos: ele sonha em fazer mestrado e doutorado para seguir na carreira acadêmica. Seu desejo é ampliar o alcance do Icama. "Quero fazer com que a minha instituição cresça e ampare muitas pessoas e mais causas", declarou. Para ele, mesmo uma contribuição mínima para resolver os problemas do mundo já traz uma grande realização pessoal.
O jovem se vê como uma inspiração para crianças, jovens e adultos de sua comunidade, provando que é possível ter voz e fazer a diferença, mesmo vindo do interior e em tenra idade. Sua história é um exemplo de como a paixão pelo meio ambiente, aliada à ação concreta, pode abrir portas e inspirar mudanças.
