Um trabalhador de 37 anos sofreu ferimentos moderados após um acidente envolvendo ácido nítrico na fábrica da Enaex Brasil, localizada em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba. O incidente ocorreu no domingo (28), durante um procedimento de manutenção programada, e reacendeu as preocupações sobre a segurança na unidade, que foi palco de uma tragédia fatal há poucos meses.
Detalhes do incidente e atendimento
De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, o funcionário teve cerca de 27% do corpo atingido pela substância química. O ácido nítrico envolvido no acidente tinha uma concentração de 83%, sendo descrito como um líquido altamente corrosivo, oxidante e tóxico.
A vítima foi socorrida imediatamente após o ocorrido e encaminhada para o Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, em Curitiba. Em nota, a Enaex informou que todos os protocolos de emergência foram acionados e que o empregado recebeu atendimento médico rápido.
Contexto de segurança após tragédia anterior
Este não é o primeiro acidente grave registrado na unidade neste ano. Em agosto, uma explosão na mesma fábrica resultou em nove mortes e deixou sete pessoas feridas. A investigação policial daquele episódio, concluída na época, não encontrou indícios de crime doloso ou culposo.
No entanto, o inquérito apontou a existência de falhas sistêmicas na gestão de riscos da empresa, que podem ter contribuído para a ocorrência da explosão. Esse histórico coloca o novo acidente sob um olhar ainda mais crítico.
Posicionamento da empresa e investigações
A Enaex emitiu um comunicado destacando que o acidente com o ácido nítrico não tem relação com as atividades de produção de explosivos da planta. A empresa afirmou que os motivos do ocorrido estão sendo apurados internamente.
"Enquanto as causas do acidente são investigadas, a empresa tomou medidas adicionais para reforçar a segurança, em linha com seu compromisso com o bem-estar de seus trabalhadores", diz a nota. A companhia também informou que o funcionário acidentado está em bom estado de saúde e permanecerá sob observação médica até sua total recuperação.
O caso levanta questões sobre os protocolos de segurança em ambientes de alto risco e a efetividade das medidas implementadas após o desastre anterior, que custou a vida de nove pessoas.